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O amor chegou mais cedo!

6 maio

Estou de volta amigas, leitores e mamães. Vou fazer um pequeno resumo do que aconteceu e compartilhar, com aqueles que entendem ou não, o susto no dia que a Julinha nasceu e essa sensação doida de ser mãe. Mãe tem poder!

Até então, book de gestante marcardo para 16 de abril, afinal, Júlia nasceria dia 21 de maio, mas resolveu passar o dia das mães coladinha em mim. Quadrinho do quartinho por fazer, lembrancinhas da maternidade para encomendar, malinha do bebê para arrumar, pijamas para comprar, mosquiteiro para chegar… e antes de tudo isso, lá vem ela, gordinha, espertinha, linda de viver…

A notícia

Era uma sexta-feira quando me senti desconfortável o suficiente para ir até a maternidade falar com o médico. 1h do dia 14.04 o médico pegou a chave da Materno Fetal e fez o ultra. A bolsa tinha rompido. Como? Até agora não sei nem quando, nem como. Fui para o parto de emergência. Eu e o Rafa tremíamos como crianças pequenas perdidas dos pais, como se tivéssemos sido abandonados no deserto de Saara. Quando o médico falou que eu não poderia mais sair da maternidade de jeito nenhum eu já estava soluçando e pensando “Meu Deus, ainda falta um mês e meio para minha filha nascer, e agora?” E as coisinhas dela? E o soluço era mais alto que qualquer barulho ao redor.

O médico falou: “Mãezinha, você tem que ficar. Avisem os avós. A Júlia tem 34 semanas e está grande e forte. Se ela chorar ao nascer, vocês, papai e mamãe, poderão vê-la, se não chorar, vamos levar imediatamente para UTI NEO.”

Todos muito amados e atenciosos, na maternidade Santa Helena, nos prepararam e meu GO me acompanhou em cada segundo. Um casal de amigos, Rafa e Débora de imediato levaram a máquina fotográfica, roupinhas de prematuro, mantas, fraldas etc… Além do apoio que o meu Rafa recebeu no momento de seu grande amigo que não tem como explicar. Chamamos os pais e irmãos, mesmo não podendo acompanhar o nascimento. Todos nervosos, é claro.

O nascimento

Rafa, paizão nervoso, todo amado, preparou a máquina fotográfica para o momento do parto. A Júlia nasceu. E a melhor parte: ELA CHOROU, E MUITO! E eu pude beijá-la (rapidamente) antes de levarem para UTI NEO. 2.605kg e 46cm. O suspiro que dei é indescritível… o que senti, nem se fala…

A frase do pediatra: “Ainda bem que essa menina chegou agora, porque ia vir uma baita!” Fato! Eu já sentia uma canseira desleal…

Ir para o quarto sem a minha filha… uma sensação de vazio, amor, vazio… Nós (pai e mãe) podíamos visitá-la livremente. E logo que passou a anestesia da cesárea, tomei banho e desci. Os pediatras, enfeirmeiras, outros pais, bebês… a solidariedade na UTI nos surpreendeu. Todos amáveis e acabamos nos apegando também. Cada bebê com sua histórinha e com aquela força incrível de querer viver. Isso é mágico.

Recebi alta e fui para casa, com o coração em prantos. Mas eu e o Rafa só jantamos e logo voltamos para UTI (aquelas picadinhas, sorinho, sondinha, doía tanto…) ficar até não aguentar mais de sono… Uma semana depois de estar internada recebemos a notícia de que Júlia iria subir (para o quarto). Segundo parto. Segunda alegria maior do mundo depois do choro do meu amorzinho.

Eu e o Rafa não sabíamos nem como agir de tanta alegria. Era imensidão. E ele pegou o telefone para ligar e avisar a família quando a médica na mesmo hora faz uma advertência: “Pra quem você está ligando? Só avós né? Agora só parentes de primeiro grau podem visitar, de dois em dois, lavando as mãos com alcool e qualquer indício de gripe ou resfriado, mantenha longe. Ela é prematura, não esqueçam. Visitas só daqui um mês.”

Quem nos ama entendeu tudo, todo o processo desde o início. Recebemos muito apoio, amor, carinho, através de mensagens, ligações, cartinhas e mimos durante essa fase tão difícil e, agora, só de amor.

O meu pós

No meu coração, uma mistura de sentimentos. Assim como profissionais explicaram: “Bem intencionadas, as pessoas vão dizer: “Não liga para isso, seu bebê está aqui forte e saudável e é isso que importa”. Sim, você sabe que é isso o que interessa, mas a alegria pelo bebê não tira o seu direito de estar triste por não ter tido uma experiência emocionante e profunda na hora em que seu filho nasceu e os preparativos que sonhava.

Hoje, estou administrando isso melhor, é difícil, mas quando olho pra minha filha, é tudo pleno, completo. E tudo que eu quero são pessoas do bem ao seu redor. Que sejam positivas, falem coisas boas, que lá no seu sub e inconsciente só entrem palavras de amor, carinho e alegria. A vida já mostrou desde o início, pra ela, que não é fácil. Então, que nós, seres humanos, possamos mostrar o melhor da vida, o amor.

Porque você que é mãe sabe: AMOR MAIOR NÃO HÁ!

E agora vou voltar pra minha Ju porque já fiquei com saudades…

Viram? Mãe tem poder! #fato